17 de jun. de 2011

20 anos sem Serge Gainsbourg, 20 maiores escândalos de sua vida

De escrever canções picantes para Brigitte Bardot a dizer em um programa de TV ao vivo seus desejos sexuais por Whitney Houston, Gainsbourg sempre viveu rodeado de polêmicas e críticas. 
Lembraremos nesse posts os 20 maiores escândalos que Gainsbourg já esteve envolvido, porque mesmo 20 anos depois de sua morte, ainda é motivo de debates, discussões, e merecedor da cinebiografia Gainsbourg - O Homem Que Amava as Mulheres :
Em 1965 a queridinha da França, France Gall levou para o palco da competição Eurovision a música “Poupée de Cire, Poupée de Son” de autoria de Serge Gainsbourg, que saiu vencedora da competição.
Isso somado à outra música de autoria dele que fez sucesso em 1964 (“Laisse Tomber Les Filles”), levou France Gall a confiar inteiramente em Serge Gainsbourg, confiança que foi quebrada em 1966 com o lançamento da música “Les Sucettes” (“Pirulitos”), que contava a história de uma garota que ia “ao paraiso” cada vez que o “pauzinho (do pirulito) estava em sua boca”. Obviamente o sentido era ambíguo, e quando France Gall percebeu se recusou a cantar a música e nunca mais falou nem trabalhou com Gainsbourg novamente.
Em 1967 Gainsbourg se apaixonou pela beldade francesa Brigitte Bardot, enquanto ela enfrentava um momento difícil em seu casamento.
Bardot decidiu encontrar-se com ele, e Gainsbourg ficou tão fascinado por sua beleza estonteante que achou que havia perdido todo o talento e carisma que o tornaram conhecido. Essa insegurança fez do encontro dos dois um fiasco, e achando que tinha arruinado suas chances com a loira, prometeu a ela que escreveria a mais bela canção de amor já feita.
Na manhã seguinte, Gainsbourg havia escrito duas: “Bonnie et Clyde” e sua mais conhecida música “Je T'aime ... Moi Non Plus.
Compreensivelmente, isso deixou o marido de Bardot chateado. Ao ouvir “Je T'aime... Moi Non Plus”, Bardot foi para um estúdio parisiense com  Gainsbourg para gravá-la. Durante toda a sessão de duas horas, o engenheiro de som William Flageollet alegou ter testemunhado "carícias pesadas" no estudio dos vocais, enquanto os suspiros e sussurros estavam comprometidos com fita adesiva. A canção tinha sido mixada e preparada para a rádio quando Bardot, se lembrou que era casada, e resolveu que não deixaria a música ser liberada. Notícias da gravação chegaram ao ouvido de seu marido, o empresário alemão Gunter Sachs e, depois de apelos desesperados de Bardot, Gainsbourg cedeu e a música foi arquivada até 1986, quando Bardot se separou de seu marido.
Foi assim que a conquista de seu principal relacionamento amoroso foi noticiado pela mídia, o que não é necessariamente a verdade. Atormentado, após o rompimento com Bardot, Gainsbourg ocupou-se com um papel no filme de 1969 Slogan. Em frente dele estava uma charmosa, jovem atriz Inglesa chamada Jane Birkin, que organizou um jantar com  Gainsbourg, 18 anos mais velho que ela, e se apaixonaram subitamente. Infelizmente, devido à quantidade de álcool consumida ao longo do dia, a primeira noite que passaram juntos em um quarto de hotel Gainsbourg desmaiou bêbado na cama. Continuaram juntos até 1980, e amigos inseparáveis ​​até o final da vida de Serge.
Após a versão original gravada por Bardot ser vetada, Marianne Faithfull e Valérie Lagrange (entre outrass) foram cogitadas para fazer os gemidos femininos de “Je T'aime Moi Non Plus ” mas ambas recusaram. Entretanto sua nova companheira Jane Birkin aceitou participar das gravações. Na época circulavam rumores que a dupla gravou algumas das partes da música, colocando um microfone na cama durante suas relações. Na verdade, o re-gravação foi feita nos estúdios em Paris e Londres, onde Gainsbourg alegou que a respiração pesada foi meticulosamente manipuladas por ele. Birkin sempre negou os rumores de empregar a técnica de gravação debaixo da cama ... para esta música.
"Je T'aime ... Moi Non Plus" trouxe enorme sucesso, fama, notoriedade, recorde de vendas e indignação em todo o mundo quando foi finalmente lançado em 1969. Ficou em 1º lugar em toda a Europa, e foi a primeira música britânica a ficar em 1º lugar sendo cantada em um idioma diferente do Inglês. De longe é a música de maior sucesso de Gainsbourg, e é reconhecida internacionalmente como "aquela tocada no órgão com a menina tendo um orgasmo?". O single vendeu milhões e deu o tom para o que viria em seguida do casal-escândalo.
Embora milhões de cópias de “Je T'aime ... Moi Non Plus” tenham sido vendidos em todo o mundo, a música ainda era considerada explícita demais para ser tocada na rádio. No Reino Unido, foi a primeira música a ficar em 1º lugar e ser banida pela BBC por seu conteúdo explícito. Ela também foi proibida na Espanha, Suécia, Itália e até mesmo em uma rádio francesa antes das 23h00. Alegaram também que o executivo italiano, que permitiu a liberação da canção foi excomungado pelo Vaticano, e os EUA, as vendas limitadas e Rádio levou o único pico no gráfico posição estranhamente adequado de 69 anos. No entanto, toda esta publicidade apenas fez com que as vendas aumentassem.
Isso sempre vai causar estranhamento, especialmente quando você coloca sua  namorada adolescente como uma sedutora na capa de seu album. 
Em 1971's “Histoire de Melody Nelson” foi o primeiro álbum conceitual de Gainsbourg que conta a história de um homem que bate uma jovem ruiva de sua bicicleta e se apaixona por ela. Em última análise, o álbum conta uma história trágica. Hoje em dia “Histoire de Melody Nelson” é reconhecido por muitos como o melhor álbum da carreira de  Gainsbourg, e isso se deve muito mais à sua incrível habilidade musical do que por qualquer outra referência inserida da Lolita que o inspirou. Com cordas e arranjos orquestrados pelo talentosíssimo Jean-Claude Vannier, músicos como Beck, Placebo e Portishead em diversas declarações citaram o álbum como grande influência em seus respectivos trabalhos, demonstrando mais uma vez como  Gainsbourg conseguiu superar o escândalo e continuar simbolizando o herói (anti-herói) da música moderna, intenso e imensamente talentoso.
Em 1973  Gainsbourg, relativamente jovem, sofreu seu primeiro ataque cardíaco, consequente de seus vícios incuráveis em cigarros e álcool. Após o colapso em sua casa, uma ambulância chegou para levá-lo ao hospital. Antes de sair de casa, no entanto,  Gainsbourg insistiu que pegassem seu cobertor elegantérrimo Hermès extremamente valioso, alegando que os do hospital  eram muito feios. Típica atitude de Gainsbourg, que sempre queria sair em grande estilo.
Gainsbourg começou a sumir da mídia enquanto estava se recuperando já estava internado em um hospital, onde aparentemente seria impossível de chamar atenção. Mas quando se tratava de promover escândalo nada era impossível para Gainsbourg, que acabou chamado a imprensa no hospital, durante a qual afirmou que reduziria o risco de sofrer um segundo ataque cardíaco aumentando seu consumo de álcool e cigarros. Quando teve alta do hospital foram encontrados escondidos em diversos lugares de seu quarto  frascos de comprimido recheado com pontas de cigarro, que havia fumado escondido enquanto se recuperava.
Isto foi o escândalo que incomodou as pessoas em 1976. O filme dirigido por  Gainsbourg, que leva o título do sucesso de sua música “Je T'aime...Moi Non Plus” é a história da difícil relação de um homem gay que se apaixona por uma garota andrógina (Birkin) achando que ela é um homem, e em decorrencia disso problemas sexuais e dificuldades emocionais que envolvem o casal são inevitáveis. O filme foi mal recebido na França, e mais ainda na Inglaterra, onde foi mostrado na tela apenas um - em um cinema adulto no Soho.
Paris, 1975, trinta anos após o fim da segunda guerra mundial. Gainsbourg pensou que este seria um bom momento para liberar “Rock Around the Bunker", um álbum-conceito otimista sobre a Alemanha nazista. As músicas foram criadas num intuito de renovação de seu som, um retorno ao rock, depois de alguns álbuns explorando mais sons de orquestra. A faixa de abertura “Nazi Rock” conta a história de soldados da SS vestidos como drag queens, dançando durante a “Noite das Facas Longas”. Esta canção, juntamente com outras faixas do álbum, como “Eva” e “SS no Uruguai” obviamente acarretou problemas e mais polêmica à Gainsbourg, por tratar de um assunto sério de forma sarcástica.
Esse fato incitou o ódio entre os seus conterrâneos. Gainsbourg passou uma temporada na Jamaica, onde gravou seu álbum com inspiração reggae em 197. "Aux Armes Et Caetera", tem uma de suas faixas um cover do hino nacional francês, "La Marseillaise". O álbum foi uma colaboração com lendas do reggae Sly & Robbie, que acompanhou Gainsbourg em uma turnê cheia de ameaças de bomba, cancelamentos e descontentes pára-quedistas protestando. No entanto, como sempre Gainsbourg com estilo, conseguiu reverter a polêmica à seu favor, e o álbum se tornou um dos que mais rápidos foi vendidos em sua carreira. "Aux Armes Et Caetera" vendeu mais de 600.000 cópias na França e é considerado um dos primeiros álbuns que trouxe o reggae para o meio comercial. 
Gainsbourg alegou que precisava da influência da cor preta para conter a atividade incansável de seu cérebro. Transformou a casa em que morava com Jane Birkin e suas filhas (entre elas a famosa atriz Charlotte Gainsbourg) em um museu cheio de objetos extravagantes, e belos, mas que demonstravam certo desequilíbrio emocional da parte do compositor. Segundo Birkin, o descontrole de Serge era tanto, que ele sabia se qualquer objeto fosse movido, ou mudado de lugar, e tinha que estar sempre do jeito que ele queria. Gainsbourg não conseguir tratar sua casa como um lar, e sim como um museu de inspiração é um dos motivos pelo qual Jane Birkin o deixa em 1980.     
Por um lado, isso era ilegal sim, mesmo se você é Serge Gainsbourg. 1984 viria a ser um dos seus anos mais audaciosos, ao vê-lo causar todos os tipos de ovações. Foi neste ano que Gainsbourg queimou uma nota de 500 francos ao vivo pela TV francesa em um protesto contra a tributação pesada. Apesar de um crime punível por lei, Gainsbourg queria sentir a vivacidade de uma direção diferente. Como uma reação ao comportamento extravagante de seu pai, os colegas de Charlotte Gainsbourg revidaram colocando fogo em sua  lição de casa, punindo-a pelo desrespeito de seu pai pelo dinheiro.
 Isso causou um dos maiores escândalos da carreira de Gainsbourg. Charlotte com 12 anos de idade em 1984 (como mencionado anteriormente, um dos seus anos mais grotesco), a canção gravada provocou polêmica na França, e até foi manchete na Grã-Bretanha. O título para Gainsbourg foi uma brincadeira entre as palavras “incest” (incesto) e “zest” (entusiasmo) e foi considerado bastante chocante, mas foi o vídeo da música que gerou a maior polêmica e milhares de reclamações. A jovem Charlotte foi filmada em uma camisola e calcinha deitada numa cama com o Serge sem camisa, cantando sobre "o amor que nós nunca vamos fazer juntos". O mundo ficou indignado, mas a publicidade levou a um aumento de vendas de álbuns de Serge e Charlotte  posteriormente fez uma quantia enorme de dinheiro, provando que a receita Gainsbourg para o sucesso, mais uma vez, caminhava para ser um vencedor. 
  Olhando novamente para 1984, como se inspirado nas idéias de autoridade da batalha de George Orwell, Gainsbourg, mais uma vez conseguiu a indignação da nação. Neste mesmo ano “Love On the Beat” foi lançado, o título do álbum a ser uma brincadeira com a palavra "bite", um termo coloquial francês que significa "pênis". O álbum foi cercado de polêmica por conta do emprego do trocadilho sexual, além de conter em suas faixas Lemon Incest. “Love On the Beat” tornou-se seu álbum mais provocativo.
Depois de apresentar no principal show de TV no horário nobre da França apresentado por Michel Drucker em 1986, Houston viu-se sentada ao lado do maior sedutor da França para um bate-papo pós-show. Mal sabia ela que os elogios recebidos por Gainsbourg. desembocariam numa frase um tanto quanto desrespeitosa. Gainsbourg, claramente em Inglês informou o anfitrião do programa que ele queria "foder" a cantora. Houston, sem reação corou as bochechas, e o cenário nunca foi esquecido desde então.
 Como se a histeria em torno "Lemon Incest'' não tivesse sido drama suficiente para Gainsbourg, em 1986, Serge deu um passo adiante quando escreveu e dirigiu “Charlotte Forever”, a história de uma jovem (interpretada por sua própria filha Charlotte) que vive com seu pai viúvo e alcoólatra. O filme entrelaça histórias de incesto e tendências suicidas, o que dificultou o entendimento do público francês, que achou a produção desagradável e de extremo mau-gosto. Esta reação desagradou todos os envolvidos no filme e como forma de recompensar sua filha Serge escreveu-lhe um álbum com o mesmo nome (“Charlotte Forever”) baseado em duetos. Seu público o perdoou, e Serge passou a gravar seu último disco, um álbum de rap intitulado “You're Under Arrest”.

Serge Gainsbourg foi encontrado morto depois de sofrer outro ataque cardíaco em sua casa. Sua decisão de evitar outro ataque cardíaco bebendo e fumando não funcionou muito bem, como já era previsto.
No dia em que morreu, a França inteira parou ao ouvir a notícia, e os fãs correram para sua casa para prestar homenagem à estrela do rock mais ilustre do país. François Mitterrand, o presidente na época, descreveu Gainsbourg como "Nosso Baudelaire, nosso Apollinaire ...Ele elevou a canção ao nível da arte". Apesar de deixar um legado de drama, escândalo e controvérsia, Gainsbourg é lembrado agora muito mais pela sua capacidade artística, música e carisma Serge Gainsbourg ainda é um ícone da cultura francesa e mundial, que por mais polêmica que causou, é adorado e aclamado por todos. Ele também conseguiu o que queria, levou todos a falar dele, mesmo 20 anos após sua morte. Genial.

A cinebiografia Gainsbourg - O Homem Que Amava as Mulheres estreia dia 8 de julho nos cinemas brasileiros. Veja o trailer aqui:

5 comentários:

Pedro Lelot disse...

Genial!

Anônimo disse...

Exelente post!

Anônimo disse...

Bom heim?!?!?!?

canhoto disse...

Tão precisando de jornalista aí?

http://canhotagem.blogspot.com/2011/08/gainsbourg-20.html


Aí você encontra mais 3 links pra outros textos que fiz de Gainsbourg...

Celso w velozo disse...

Eternamente fã.a arte pede absurdos.um mito.