6 de dez. de 2011

Em Breve - Um Verão Escaldante

O sobrenome Garrel já nos parece muito familiar. E, claro, em sua mais nova produção, o cineasta francês Philippe Garrel, pai do ator Louis Garrel, mostra um conto romântico ao melhor estilo europeu.



Em Um Verão Escaldante, Louis Garrel é colocado como um protagonista, ao mesmo tempo, trágico e sensual, um seguidor do que chamam de amor livre, no entando, vive com as frustrações do ciúme e da solidão. De fato, Garrel está no papel do artista, neste caso específico, é um pintor apaixonado pela arte, que mantém o seu foco na vida cotidiana, dando um colorido único às pessoas que o rodeiam. Assim sendo, as paisagens, tanto de uma Paris boêmia, quanto de uma Roma histórica são tomadas por uma percepção diferenciada com o passar do filme. Nele ocorre também tal divisão, os pontos-chave estão direcionados às cidades retratadas; em Paris, o monótono é mostrado com uma clareza estética. Em Roma, a cidade se ilumina com a presença de Angèle, interpretada por Monica Belucci. Esta mesma Itália é colocada lado a lado com a personagem, colocando em cena toda uma estética figurada do país. a jovem é uma figura que instiga ao lado mais trivial do país, fazendo uma referência direta à beleza de Fellini, os edifícios, o espaguete e a figuração religiosa. Angèle é colocada como uma deusa, que inspira ambiguidade, mesmo sendo uma mulher de carne e osso que nos leva a uma Itália bela e decadente. 


Un été brûlantAo mesmo tempo em que existe este amor puramente sensual, existe também outro casal, Paul e Elisabeth, que buscam um valor político às suas vidas, sendo atores panfletários, que querem uma verdadeira revolução na arte, nos filmes, no modo de atuar. Isto é algo que realmente se encaixa à atual situação da França e da Itália. Logicamente, Angèle se atrai pela inovação contundente e pela experiência fresca de um torpor causado pelo calor crítico da necessidade de mudanças e pela paixão artística. 

Um Verão Escaldante estará em breve nos cinemas. 

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