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Falou-se também à respeito do isolamento da casa de Armando que o filme de André Ristum demonstra, e como esse isolamento é buscado pela elite brasileira, sem sucesso. Acontece que, se pararmos pra pensar, o isolamento se dá propositalmente, e o jeito como o filme acontece e se mostra ao espectador, nos permite focar no que interessa ao diretor: Os personagens e a situação incômoda em que se encontram.
Merten rebate a ideia de que "não se vê a necessidade de abstrair por completo a paisagem externa para fixar-se nas turbulências de alma dos personagens.", pois o próprio nome "Meu País" já entrega a intenção de Ristum a focar-se no país de Marcos, país 'interno' e turbulento com todos os problemas que enfrenta ao chegar no Brasil. O país em si poderia ser qualquer país.
Ao falar que "O real não precisa ser uma interferência indesejada pelo cinema, uma poluição a ser evitada. Pelo contrário, o filme lucraria com essa contaminação." acaba soando como a não compreensão do filme por quem o criticou, pois o cenário do Brasil retratado de forma literal, muito pouco (re)conhecido por Marcos que há muito tempo não o visitava, quebraria completamente o clima sóbrio, e muitas vezes tenso, criado pelos personagens e por todos os sentimentos que transbordam em cada um deles. Se esse fosse o caso, o nome do filme seria "Nosso País", e não "Meu País".
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