Depois de tantos filmes que foram fiascos sustentados (e assistidos) apenas por serem gravados em 3D, e de tantos outros títulos que só usam o 3D para atrair o público, quando não necessariamente precisa ser gravado em 3D; finalmente podemos ver num filme a boa utilização do recurso 3D.
Em Pina, de Wim Wenders, podemos ver um novo estilo de filme feito em 3D que realmente impressiona, que nos mostra cada detalhe de cada movimento de dança que seria imperceptível, e se perceptível, não chamaria tanta atenção toda graciosidade presente nos passos únicos nas peças da coreógrafa alemã Pina Bausch que talvez, arrisco dizer, não consigam causar tanto impacto ao vivo quanto causam no formato 3D.
O filme/documentário/musical Pina foi exibido na Seleção Oficial do Festival de Berlim pela primeira vez com a presença de Wim Wenders e os óculos 3D, e causou comoção, sendo apontado pelos críticos e jornalistas como uma experiência única, emocionante e profunda. Lamentaram não ter concorrido ao Urso de Ouro.
Infelizmente Pina Bausch faleceu antes mesmo do término das gravações, o que levou o filme a tomar outro rumo, já que não haviam gravado todas as peças que gostariam de ter gravado, o que tornou o filme muito mais intenso, e comovente, juntando peças curtas e longas a depoimentos de dançarinos amigos que conviveram com Pina durante vários anos de sua carreira.
Pina convida o espectador para uma incrível viagem visual da descoberta de uma nova dimensão no palco da legendária companhia de dança, que vai além do próprio teatro: para as ruas, e paisagens industriais de Wuppertal, local que foi o centro de inspiração do trabalho de Pina Bausch por mais de 35 anos.
Acredito que Pina ressalta o melhor que o 3D pode oferecer aos espectadores: Um recurso que, se usado em função da arte, nos mostra o melhor efeito visual registrado, uma sinestesia proposital causada pelo 3D, como se degustássemos o filme, com o maior prazer.
3 comentários:
Pina + Wender = filmaço. Pina é uma artista com a maiúsculo e Wender é um dos maiores realizadores da atualidade. Completo e complexo.
Agora é esperar a estréia...
Por favor, antecipem a estréia!
Como será feita a distribuição deste filme em cidades do interior de São Paulo? Sabendo da dificuldade que é ter bons filmes em cidades menores.
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