Sexta-feira é a estria do filme Turnê no Brasil, e o assunto foi destaque desta quarta-feira, 6 de abril, no Jornal do Brasil (Confira a reportagem na íntegra aqui).
A reportagem leva o título À sombra de Cassavetes, se referindo a John Cassavetes, ator diretor de sucesso nos anos 60 e 70, a qual Mathieu Amalric afirmou ter que dissociar a imagem para que pudesse assumir o papel de Joachim, o produtor fracassado de TV que dirige a turnê burlesca pela França, protagonista do filme Turnê.
A morte de um bookmaker Chinês (1976), de Cassavetes retrata a história de um dono de uma boate de Strip-tease que precisa quitar uma divida com a máfia e pra isso é obrigado a eliminar um rival do grupo criminoso. Amalric não queria seguir por esse caminho, pois Turnê não é um romance policial, e sim um drama sobre “dois continentes que fantasiam um sobre o outro (América e Europa)” disse o diretor para o Jornal do Brasil numa entrevista no Cannes de 2010, onde levou o prêmio de melhor diretor por Turnê.
Mathieu Amalric queria de Bem Gazzara a inspiração para seu papel de condutor das stripers, e apenas isso. Sendo assim tirou as referências de Cassavetes, que muito admira, e no lugar acrescentou diversas referências que marcaram sua juventude como A doce vida, de Fellini e O Show Deve Continuar, clássico de Bob Fosse.
Mathieu Amalric se “livra” de Cassavetes integrando-o ainda mais ao filme, quando faz seu personagem no longa querer ser o personagem de A Morte do Bookmaker Chinês, e alega que quis brincar um pouco com os heróis meio decadentes com os quais se identifica.
Sobre as dançarinas, o diretor não nega sua admiração “Turnê foi alimentado pela liberdade física e criativa dessas profissionais [...] Essas dançarinas de burlesco são a melhor resposta para esta doença que contamina o mundo de hoje, que dita que devemos ter corpos perfeitos, mesmo quando reparados por photoshops [...]. Meu filme é um jeito bem-humorado de ser politico nesta área do comportamento humano”.
Confira o trailer de Turnê.
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