Nascido na França, Robert Guédiguian é ator, diretor, roteirista e produtor. Filho de mãe alemã e pai armênio. O filme Armênia (La Voyage en Arménie, 2007) é uma referência às suas raízes paternas. Nesta produção, a vida de Anna (Ariane Ascaride), uma cardiologista de Marselha é completamente transformada após a fuga de seu pai para a terra natal: a Armênia. Nesta viagem, a qual, a priori, seria apenas uma busca pelo pai que necessita de tratamento, Anna se vê rodeada por personagens que a envolvem de tal modo que a mesma adquire uma forte ligação com as suas origens.
Na trama, um thriller que equilibra drama e ação se forma a partir da grande viagem vivida pela personagem, e, neste meio, são visíveis os problemas de uma Armênia contemporânea, um local abandonado após o fim da União Soviética, que necessita de meios muito particulares para continuar sobrevivendo no mundo de hoje. Segundo Anna, o que vemos hoje é "uma Armênia nova construída com velhos tijolos".
Na trama, um thriller que equilibra drama e ação se forma a partir da grande viagem vivida pela personagem, e, neste meio, são visíveis os problemas de uma Armênia contemporânea, um local abandonado após o fim da União Soviética, que necessita de meios muito particulares para continuar sobrevivendo no mundo de hoje. Segundo Anna, o que vemos hoje é "uma Armênia nova construída com velhos tijolos".
Em um estilo semelhante, segue-se também Lady Jane, desta vez sem referências à ascendência do diretor, porém, com tensão aos seus espectadores do início ao fim. Na região da Marselha (terra de Guédiguian), três amigos, separados há muito tempo, se reencontram e são surpreendidos pelo sequestro do filho de Muriel (interpretada por Ariane Ascaride), algo que, aos poucos, faz todo o passado das personagens vir a tona. A trama se inicia como um novelo que se desfaz, a partir do momento em que ocorre o sequestro e a personagem é levada a reunir-se com seus velhos conhecidos.
É, portanto, comum a ambos os filmes mostrar pessoas de nosso meio, em situações que, de fato, parecem impossíveis de acontecerem a qualquer um de nós, porém, a medida em que a trama se desenvolve, seus espectadores começam a notar que essas cenas, com toda a tensão, podem se tornar parte da vida de qualquer um. A naturalidade do roteiro e da interpretação se tornam indispensáveis para dar ao público a noção de que a tela, a câmera e as personagens estão ao seu lado e podem se revelar a qualquer momento, especialmente naqueles que parecem impossíveis de ocorrer na vida cotidiana.
O trabalho mais recente de Guédiguian é As Neves do Kilimanjaro, participante do Festival de Cannes 2011 e exibido na 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
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