19 de set. de 2011

"Isto Não é Um Filme" de Jafar Panahi será exibido nos EUA e Reino Unido

"Isto Não é Um Filme" de Jafar Panahi está trilhando seu caminho para os Estados Unidos e Reino Unido, apesar do fato de que o (não) filme nunca deveria ter existido, muito menos deixado o Irã.

Toda a polêmica em relação ao filme-não-filme de Jafar Panahi começou quando em dezembro de 2010 o diretor iraniano foi sentenciado a seis anos de prisão pelo governo que alegou que Panahi estava "conivente com a intenção de cometer crimes contra a segurança nacional do país e fazer propaganda contra a República Islâmica". Resumindo, Panahi apoiou a oposição do atual presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad nas últimas eleições em 2009.

Além dos 6 anos de prisão (até agora domiciliar) o diretor está proibído de dirigir filmes e escrever roteiros por 20 anos e seus direitos de falar com a midia e viajar para o exterior também foram revogados.

"Isso Não é Um Filme" é uma tentativa de Panahi contornar uma dessas leis que o impedem de realizar seus filmes. O documentário além de ter sido enviado ao Festival de Cannes (dentro de um bolo) desse ano, foi exibido no Festival de Toronto e teve os direitos comprados pela distribuidora Palisades Tartan para a exibição do (não) filme nos Estados Unidos e Reino Unido.
"Esse filme é de inegável importância hoje, especialmente em relação a atual instabilidade do Oriente Médio" disse o presidente CEO da Palisades Tartan.

O trabalho de Panahi é ovacionado particularmente na Europa, e já ganhou prêmios notáveis como o Leão de Ouro no Festival de Veneza em 2000 pelo filme "O Círculo".
Juliette Binoche se emocionou ao falar sobre a situação de Panahi na cerimônia de entrega de prêmios no Festival de Cannes de 2011
Além disso Panahi é uma figura bastante importante no circuito cinematográfico, e tem apoio de muitos cineastas consagrados que assinaram uma petição para sua libertação. Nomes como Francis Ford Coppola, Steven Spielberg, Ang Lee, os irmãos Cohen, Scorsese, Sean Penn, entre outros estão lutando à favor dos direitos diretor iraniano, não apenas por ele, mas por essa causa que é universal.
Juliette Binoche, que protagonizou Cópia Fiel, do também iraniano Abbas Kiarostami falou sobre esse assunto com lágrimas nos olhos ao receber o prêmio de melhor atriz em Cannes desse ano.

A Imovision também é à favor da liberdade de expressão dos cineastas iranianos, porém infelizmente sabemos o quanto é improvável palávras e lágrimas influenciarem as decisões da República Islâmica .

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