"Na vida, mesmo se estamos felizes, esperamos sempre que alguma coisa aconteça, que alguma coisa nos arrebate". É esse questionamento que da início ao filme Para Poucos, de Antony Cordier que será exibido amanhã na 35ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
Rachel (Marina Foïs) é funcionária de uma loja de joias casada com Franck (Roschdy Zem) e vivem com seus filhos uma vida confortável de classe média. Quando conhece Vincent (Nicolas Duvauchelle), Rachel acaba ficando encantada e organiza um jantar com ele e sua mulher Teri (Élodie Bouchez), onde acabam se envolvendo e se relacionando numa espécie de troca de casais.
Vincent (Nicolas Duvauchelle) e Rachel (Marina Foïs), marido e esposa de Teri e Franck, acabam se envolvendo em um relacionamento sexual e amoroso |
Rachel e Vincent, e Franck e Teri se apaixonam uns pelos outros, sem mentiras, porém sem deixar de lado o amor que sentem pelo seu parceiro, com os quais tem filhos e vivem juntos há algum tempo. Aparentemente tudo caminha bem, mas não por muito tempo.
Antony Cordier leva o espectador a olhar de perto um interessante recorte na vida desses dois casais, que numa tentativa de se sentirem mais vivos, entram em uma difícil e perigosa situação, que os remete à certa diferenciação em relação a vida dos demais casais que conhecemos. A eficaz câmera do diretor trabalha sempre enquadrando os protagonistas em closes, que da vida ao interessantemente simples roteiro, captando cada sentimento dos personagens, e cada tensão vivida por estes, sendo sexual ou social.
Franck (Roschdy Zem), marido de Rachel, e Teri (Élodie Bouchez), esposa de Vincent |
Cordier explora a relação de dois casais, de aproximadamente 30 anos, que buscam uma quebra de rotina através de novas experiências, e seu filme Para Poucos nos traz exatamente essa experiência, de sensações e de quebra de paradigma através de gestos e olhares das excelentes atuações de Marina Foïs, Roschdy Zem, Nicolas Duvauchelle e Élodie Bouchez, e de seus closes de câmera que captam esses detalhes e as sensações, as vezes sem sequer precisar do diálogo para que fique claro.
Para Poucos de Antony Cordier coloca a situação dos dois casais sempre as claras, através da narração. O filme atinge o propósito e joga no espectador uma mistura de sentimentos, e de questionamentos morais de certo e errado num emaranhado de acontecimentos motivados pelo prazer sem tabus ou censuras.
Afinal "Podemos amar duas pessoas ao mesmo tempo? Sobretudo, podemos deixar isso acontecer?" é o grande questionamento de Cordier, que deixa o público com uma ponta de dúvida sobre uma questão que sempre pareceu tão certa e racional.
Assista Para Poucos na 35ª Mostra de Cinema de São Paulo. Confira abaixo as salas e horários onde o filme será exibido:
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