4 de ago. de 2011

"Esses Amores", o mais novo longa de Claude Lelouch

Esses Amores (Ces amours-là), o mais novo filme do consagrado diretor francês Claude Lelouch que será distribuído pela Imovision, chega aos cinemas brasileiros esse mês.
Claude Lelouch  é diretor de muitas pérolas do cinema francês, como "Um Homem, Uma Mulher", de 1966, que levou o Oscar de melhor produção estrangeira e o de roteiro e indicado como melhor diretor, e vencedor da Palma de Ouro em Cannes; "Viver por Viver", de 1967, e o belíssimo "Retratos da Vida", de 1981.
Em todos seus (quarenta e três) filmes, Lelouch apresenta certas peculiaridades em sua direção, além dos temas que na grande maioria das vezes englobam amor, arte, destino, felicidade, morte, liberdade... E “Esses Amores” não é diferente: Conta a trajetória de Ilva (Audrey Dana, que já havia trabalhado com Lelouch em “Crimes de Autor”), uma bela mulher francesa à frente de sua época, em meados a 2ª guerra mundial. Uma mulher moderna e emancipada que vive intensamente sua paixões sem deixar que as regras sociais ou as dificuldades a impeçam de sonhar.

A arte é notável em Esses Amores. Possui total essência musical, onde a narrativa da vida de Ilva é feita por um casal de músicos que estão sempre ao seu redor reproduzindo seus dramas pessoais em forma de melodia.
Esses Amores é um projeto antigo  idealizado por Lelouch como uma espécie de filme síntese de sua carreira, e traz diversas referências de seus próprios filmes anteriores, além de trechos de filmes de diretores que o influenciaram ao longo de sua trajetória, como Jean Gremillon, Victor Fleming e Marcel Carné.

O filme é cheio de inserções e brincadeiras sobre a historia do cinema e referencias a filmes que a marcaram, como uma resposta à François Truffaut, Jacques Rivette, Jean-Luc Godard e Claude Chabrol, cineastas que inauguraram o  movimento cinematográfico Nouvelle Vague, o qual Lelouch não é adepto e declarou em uma entrevista em 2008 no Estado de São Paulo: “A nouvelle vague foi muito útil para mostrar como não se deve filmar”.

O diretor acredita que a Nouvelle Vague afastou o público dos cinemas e criou uma estética espetaculosa, de nariz empinado, que não se enquadra com o que pensa sobre o cinema.
Ilva (Audrey Dana) e seus amores de "Esses Amores". 
Lelouch certa vez em entrevista disse que seus filmes são de certa forma rotulados como restritos por misturar muito os gêneros. “E, de fato, neles há romance, humor, suspense, tudo isso. E sabe por quê? Porque na vida também é assim, tudo misturado; então as pessoas se identificam com meus personagens e minhas histórias”. Seus filmes têm todas as deficiências e oscilações da vida real, e é por isso que são tão bons.

Esses Amores é uma síntese da vida real acrescentado à síntese da história do cinema, que hoje em dia é muito presente na vida da grande maioria das pessoas.

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